Sessão aprova aposentadoria de desembargador pioneiro do TJRO

Durante sessão solene, realizada de forma remota como medida de precaução a propagação da COVID—19, o Tribunal Pleno deliberou pela aposentação do desembargador Renato Martins Mimessi. A solenidade aconteceu nesta segunda-feira (13) e contou com a participação da presidente da Associação dos Magistrados do Estado de Rondônia (Ameron), juíza Euma Tourinho.

A magistrada lembrou da trajetória percorrida pelo desembargador desde os tempos que jurisdicionava pelo interior; destacou as ações de amparo e acolhimento de pessoas que vinham de outros Estados para fixar-se em Rondônia; e o envolvimento com ações solidárias, entre elas a fundação da Associação de Cristãos para Ação nas Ruas (Acriar) que tem como finalidade acolher pessoas em estado de vulnerabilidade social. “Além de buscar a recuperação dessas pessoas, o desembargador Mimessi procura prestar sua solidariedade com doações, aconselhamentos e disponibiliza o melhor do melhor para esses irmãos. E não só para eles, pois todos os colegas que buscam seus conselhos e orientações, sempre foram recebidos com carinho e fraternidade pelo Desembargador e Denise, sua esposa, sendo certo que a casa deles sempre esteve de portas abertas para acolher qualquer colega nos momentos de dificuldades”, discursou a presidente da Ameron, Euma Tourinho.

Aprovado no primeiro Concurso de Ingresso para a Carreira da Magistratura do Poder Judiciário de Rondônia em 1982, o então juiz Renato Martins Mimessi se tornara um dos magistrados mais jovens do Brasil, com apenas 26 anos de idade. Tão logo aprovado, assumiu a judicatura na comarca de Cacoal até ser nomeado ao foro da capital. Em Porto Velho, o magistrado atuou na 3ª Vara Cível, na Vara da Fazenda Pública e Concordatas e se tornou desembargador em 1992, aos 36 anos. “Lembro que quando chegamos em Cacoal, no primeiro dia de trabalho, o Fórum funcionava em uma casa alugada. Quando nós chegamos, várias pessoas estavam em uma varanda. Eram os funcionários que também tinham sido contratados pelo Tribunal para exercer os mais diversos cargos. Esse foi um período complicado, a cidade já se apresentava pujante. Mas para que se tenha uma ideia, não existia asfalto em Cacoal, havia algumas poucas ruas que eram pavimentadas com bloquetes que havia sido um projeto de algum dos prefeitos nomeados ou designados que resolveram calçar uma parte da cidade”, recorda o desembargador Renato Mimessi que na época havia deixado o Estado de São Paulo para residir em Rondônia.

O secretário-geral do TJRO, juiz Rinaldo Forti foi o primeiro assessor do desembargador Renato Mimessi antes de ingressar na magistratura e lembra como foi convidado para exercer a função. “Ele não me conhecia, nunca havia escutado falar de mim. Pediu a um primo dele, no interior, que era professor universitário para indicar a ele um assessor e eu fui indicado. Eu vim mesmo sem nunca o conhecer ou ter ouvido falar dele. Ele me tirou do hotel, me levou para a casa dele e fiquei lá por 30 dias até me organizar, encontrar um apartamento para morar e me mudar. É uma pessoa espetacular e isso não aconteceu só comigo, pois era absolutamente impossível ir à casa dele para visitá-lo sem encontrar alguém hospedado, alguém vindo de outro lugar do Brasil se organizando para viver em Rondônia”, comenta o magistrado.

O desembargador Renato Mimessi também inspirou outros colegas desembargadores, entre eles o desembargador Marcos Alaor Diniz Grangeia. “Falar do Renato é muito fácil, pois é como falar de um bom amigo, falar de um irmão, alguém que foi decisivo para a minha vinda ao Estado de Rondônia. Tive o privilégio de auxiliá-lo nas suas gestões, tanto na Escola da Magistratura quanto na presidência do Tribunal. O Renato sempre enxergou a frente do seu tempo”, comenta o desembargador Marcos Alaor.

Essa visão empreendedora do desembargador Renato Mimessi levou a apostar em jovens talentos do Direito, entre eles está o juiz Danilo Paccini. “O desembargador Renato acreditou em um jovem, um garoto de 22 anos para vir a Rondônia e trabalhar como seu assessor. Eu só fiquei em Rondônia devido a essa família maravilhosa que ele tem. Eu tive aqui a família que eu tinha em São Paulo”, afirma o magistrado reverenciando a família do desembargador Renato Mimessi que o acolheu após a chegada na Amazônia.

O desembargador Renato Martins Mimessi tem 39 anos de magistratura, tendo ocupado o cargo de presidente do TJRO no biênio 2000/2001; vice-presidente do TJRO em duas ocasiões; vice-presidente do Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais do Brasil; diretor da Escola da Magistratura em duas oportunidades e cinco vezes ocupou o cargo de vice-presidente da Associação dos Magistrados do Estado de Rondônia (Ameron).

Associação dos magistrados do Estado de Rondônia – AMERON

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