Nesta segunda-feira (24), a Juíza Euma Tourinho, presidente da Associação dos Magistrados do Estado de Rondônia (Ameron), participou do Jornal de Rondônia 1° Edição, da Rede Amazônica, para fazer uma análise detalhada dos dados apresentados pelo 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que trouxe esclarecimentos sobre o cenário de Rondônia com relação a alguns indicadores preocupantes. Um dos dados alarmantes é o fato de que o estado liderou o ranking de feminicídios no ano de 2022, com a maior taxa do país, atingindo 3,1 casos para cada 100 mil mulheres.
O Anuário, que é um importante instrumento para a promoção da transparência e prestação de contas no campo da Segurança Pública, se baseia em informações fornecidas pelas secretarias de segurança pública estaduais, polícias civis, militares e federal, além de outras fontes oficiais. Essa publicação tem o papel de contribuir para a melhoria da qualidade dos dados, gerar conhecimento, incentivar a avaliação de políticas públicas e fomentar o debate de novos temas na agenda do setor.
A presidente também mencionou o aumento significativo nos casos de homicídios de mulheres no estado. Com uma taxa de 11,9 casos por 100 mil mulheres em 2022, Rondônia superou a média nacional, que foi de 3,9. Foram registrados 88 casos no total, representando um aumento de 37% em comparação com o ano anterior, quando foram contabilizados 64 homicídios de mulheres.
A violência doméstica também se mostrou um grave problema em Rondônia. No contexto de lesão corporal, o estado figurou entre os primeiros lugares do país, com quase 500 casos para cada 100 mil mulheres em 2022. Embora seja importante ressaltar que esse cenário não é exclusivo do estado, visto que outras unidades da federação também apresentaram altas taxas. Rondônia ficou atrás apenas de Mato Grosso e Roraima, que registraram 631,6 e 504,8 casos, respectivamente, para cada 100 mil mulheres. A média nacional foi de 236,7 casos.
Diante desse panorama preocupante, a juíza Euma Tourinho pontuou algumas possíveis soluções para enfrentar o problema da violência contra a mulher em Rondônia. “É necessário a cooperação entre os entes federados, ou seja, uma atuação conjunta entre as esferas de governo. Precisamos de um trabalho preventivo mais efetivo e a urgência de investimentos em polícia judiciária para lidar com essas questões”, disse a presidente.
Confira a participação na íntegra em: https://globoplay.globo.com/v/11807343/
